Com a ocorrência da reforma administrativa na Administração Pública, ainda em evolução, cujo foco principal tem sido o respaldo à supremacia e a indisponibilidade dos interesses públicos, a transformação do sistema burocrático para uma administração mais profissional, gerencial, que apregoa a credibilidade por intermédio das ações dos agentes gerando confiança às pessoas, com controle e responsabilidade, especialmente na tomada de decisões, torna-se evidente.
Em razão do processo de implantação nas empresas, estas ações, que nada mais são do que de gestão do conhecimento, conduzem as dinâmicas e interfaces corporativas praticadas por todos para uma mudança cultural, que necessariamente perpassa por um comprometimento de toda a organização.
Deste modo, além da gestão do conhecimento em si, a maior aquisição tem sido o poder de tomada de decisão na administração pública cujos benefícios ao cidadão tornam-se substanciais em termos de qualidade, essencialidade e agilidade.
Há que se considerar que a exigência na prestação de serviços públicos a uma transformação para melhor é prioridade, em especial nos seus comportamentos e na prática da inovação eficiente como condição básica e necessária à competitividade.
Por outro lado, é importante dizer que os desafios e a complexidade desse novo cenário são evidentes uma vez que o conhecimento é um recurso de difícil mensuração e quantificação, mas seus reflexos estão nos conceitos que atestam sua importância perante os demais recursos econômicos tradicionais.
A gestão do conhecimento como ferramenta-chave para o processo decisório na administração pública enfoca principalmente os aspectos críticos para a adaptação e sobrevivência das prestações de serviços à população, diante de uma realidade e
cenários incertos, com economias cada vez mais estranguladas, mutáveis e descontínuas.
Importante destacar que a inovação e a difusão destes conhecimentos angariados promove o crescimento organizacional, que tem por base as habilidades, as atitudes e os próprios conhecimentos adquiridos pelos indivíduos no trabalho realizado.
Assim, o desenvolvimento do ambiente organizacional que busca uma sinergia entre valores individuais e valores de grupo desencadeia uma tendência de nivelamento do conhecimento entre os colaboradores da organização, promovendo o mútuo crescimento.
A gestão do conhecimento envolve gerir o conhecimento dos processos de negócio da empresa ou organização, e sua principal missão é buscar a promoção de suas melhorias através da utilização do seu capital humano e estrutural, aumentando continuamente a competência organizacional.
A visão mais adequada a todo este processo organizacional está pautada na identificação e mapeamento de seus ativos intelectuais, na facilitação ao acesso a informações corporativas, ao compartilhamento de experiências e tecnologia, aplicando investimento em treinamento, incentivando a criatividade e a inovação, e criando, desse modo, novos conhecimentos que possibilitarão tomadas de decisões pautadas em realidades e cenários correlatos.
Além da produtividade, a redução de custos em atividades rotineiras e processos manuais influencia diretamente o resultado financeiro das organizações e, consequentemente, sua eficiência.
Por fim, a gestão do conhecimento como suporte estratégico para a tomada de decisão na administração pública, se respalda no principal objetivo que é o de aprimorar a prestação de serviços, cujos preceitos e conhecimentos adquiridos formam a principal mola propulsora da organização, capaz de manter e promover o desenvolvimento de forma sustentável, agregada ao desenvolvimento dos processos que melhorem o seu desempenho ao longo dos anos. A organização que detiver, difundir e souber gerir de forma adequada o conhecimento terá êxito em suas gestões
Júlio Cezar Vilela Pereira, Capitão da Polícia Militar de Minas Gerais.
Bacharel em Ciências Militares; Bacharel em Direito; pós graduado em Gestão Pública; pós graduado em Direito Constitucional; Especialista em Segurança Pública e Cursando MBA em Gestão Estratégica, Inovação e Conhecimento.