A vida é o bem mais precioso do ser humano. Entre o primeiro sopro de ar nos pulmões e o último pulsar do coração, muita coisa acontece num piscar de olhos. A vida chega anunciando que do ventre nasce um ser único, que ocupará o seu lugar no mundo, e que, indiscutivelmente, fará parte de uma sociedade. Quando o indivíduo aponta ele não tem poder de escolha. Nasce e pronto. Com direito à vida, em busca da liberdade de ser quem se é dentro do meio no qual se vive. Esse talvez seja o mais relevante e mais extenso combate de uma existência; a conquista pela liberdade – inclusive, no país que vivemos.
Nascer brasileiro é muito mais do que torcer pela seleção de futebol. Brasileiro raiz é o sujeito que acorda todos os dias acreditando na importância da democracia, é aquele que defende a família como o seu bem maior. Brasileiro da gema é o cidadão que tem a alma marcada por um passado de escravidão e a mente lúcida apontada para a liberdade coletiva. Sim, pois liberdade individual é como ser livre em cárcere privado. A verdade é que o sujeito só pode ser verdadeiramente livre em um país democrático. Veja o exemplo da China, da Coréia do Norte, da Rússia. Quando os governantes são controladores o que se vê são indivíduos tolhidos em seus direitos de ir e vir, uma sociedade oprimida, manipulada, conduzida na vara curta.
Em 2006 eu vivi a experiência de morar na Venezuela de Hugo Chávez. Nos supermercados de classe média não tinha açúcar, não tinha café, quase não tinha carne, e por aí vai. Entretanto, nos mercados populares “chavistas”, não faltava nada, ao contrário, o Presidente fazia questão de pronunciar em seus discursos que “o seu povo” tinha fartura. Ao visitar o supermercado meu pulso era carimbado com a imagem de Simón Bolívar – o militar e líder político venezuelano que no século XIX foi o primeiro a apoiar a descolonização da Venezuela pela Espanha – o que significava que eu só poderia pegar 1 kg de cada alimento. O pior é que a tinta durava uma semana para sair e, nesse período, eu não tinha o direito de, sequer, entrar no comércio. Toda a água do país era suspensa a partir das 22 horas, sendo reaberta às 6 da manhã. Hugo Chaves entrava no ar ao vivo, obrigatoriamente, em todas as emissoras de tv e rádio, três vezes ao dia; às seis, ao meio dia e às 18 horas. Veja bem, o país que tem a maior reserva de petróleo do mundo, certificada em 302,8 bilhões de barris, no qual o petróleo é responsável por cerca de um terço do seu PIB, vem assistindo boquiaberto a sua situação econômica se deteriorar. O comunismo enterrou a Venezuela, fazendo os índices de inflação subirem vertiginosamente e os medidores do PIB encolherem a economia do país. O salário mínimo dos trabalhadores chegou ao valor mais baixo da história, em torno de R$ 12,00. Resultado: o poder de compra da população caiu assombrosamente, puxada pela inflação e pelo desemprego em massa. Hoje, mais de 70% dos venezuelanos vivem em situação de pobreza.
Enquanto isso, nós, brasileiros, já nascemos driblando a corrupção. Com o passar do tempo nos acostumados com o açoite das inflações, com a subjugação do desemprego, com os governantes patifes e seus ideais socialistas. Nos acostumamos com os programas assistenciais do governo que primeiro quebram as nossas pernas, para depois nos oferecerem muletas. Nos acostumamos com o jeitinho, com o suborno, a não devolver o troco quando ele vem a mais. E foi assim até bem pouco tempo. Chegou o fim da linha para a quadrilha que comandava o gigante adormecido, feito marionete. É chegada uma nova era na qual o Brasil finalmente caminha para a democracia de braços abertos.
Por fim, o gigante acordou e elegeu um representante que valoriza a vida e propõe políticas em defesa da liberdade, da paz e da prosperidade. Escolheu a dedo um governante que preza pelos mercados livres e por uma sociedade independente, notoriamente está a favor da liberdade e da prosperidade do povo. (Diferente de Hugo Chávez e, por conseguinte, Nicolás Maduro).
Ver o brasileiro indo às ruas a favor da sua pátria, da sua família e do seu lugar na sociedade; isso é liberdade. Ouvir o povo colocar Deus acima de todos; isso é paz. Saber que o número de assassinatos caiu em quase 20% no país ano passado; isso é prosperidade. Ter a missão de salvar vidas e também empregos; isso é a valorização do ser humano.
Eu sou brasileira, com muito orgulho, com muito amor. Agora sim essa afirmativa faz sentido.
Karen Curi – Jornalista e escritora com vivência em projetos assistenciais na Venezuela, na Bolívia e no Brasil.