A proatividade de mercado não brota, por acaso, no solo da empresa. É necessário semear capacidades. Como acontece com quem vai fazer uma maratona, não basta apenas querer. É preciso desenvolver músculos para chegar lá.
Como a proatividade funciona na prática e de que forma impacta a performance do negócio? Que capacidades são necessárias para forjar a gestão proativa? São quatro os pilares que sustentam a proatividade empresarial. Vejamos:
Gestão do comportamento proativo: Empresas proativas são feitas DE e POR pessoas proativas. Tudo começa pela existência de líderes capazes de inspirar, estimular e reconhecer comportamentos proativos na empresa. São os verdadeiros artífices da “cultura da proatividade” – que acaba gerando nas pessoas a disposição para agirem em prol da antecipação. Como nos disse um CEO: “A competição está cada vez mais difícil e não podemos gastar energia empurrando os gestores para agirem. ”A proatividade pessoal não é 100% inata. O contexto gerencial deve estimulá-la.
Gestão da incerteza: Lidar bem com riscos e erros é um dos diferenciais das empresas proativas. Empresas cujos gestores têm poucas habilidades técnicas e atitudinais para lidar com riscos terão dificuldades para se lançarem à antecipação de mudanças. Em consequência, serão incapazes de aprender com os erros estratégicos. Nossas pesquisas comprovam: as empresas ainda são retóricas em relação às falhas de percurso. Muito se fala sobre os benefícios dos erros; na prática, ainda são pouco tolerados no ambiente corporativo por serem vistos como “pisar na bola”.
Gestão da inovação proativa: Proatividade e inovação andam sempre junto. Acontece assim: a empresa percebe tendências, capta os sinais da mudança e age de forma inovadora. A inovação proativa traz consigo um “quê” de aposta e de antecipação de ondas que ainda vão se adensar nas praias da competição. Para agir assim é preciso que um outro músculo seja desenvolvido: a capacidade de gerenciar de forma flexível. Empresas muito rígidas inovam pouco. Para fazer o novo, resiliência e ousadia contam muito. As regras de mercado não são fixas. Portanto, faça perguntas novas e seja flexível.
Gestão do futuro hoje: Empresas reféns do presente jamais serão proativas, justamente porque a tirania do curto prazo solapa a visão de futuro dos estrategistas, deixando-os impacientes e imediatistas. Considere as empresas mais inovadoras: todas elas foram capazes de antecipar tendências ao enxergar bem antes e mais longe que a média dos competidores. Empresas proativas acreditam antes de ver, antecipam a mudança e deixam os concorrentes no retrovisor.
Pense nesses quatro pilares e coloque a proatividade de mercado na agenda estratégica de sua empresa. Como acabamos de ver, a proatividade requer músculos que devem ser constantemente postos a trabalhar, sob pena de atrofiamento. Quando isso acontece, será muito difícil à empresa sair do lugar comum da reatividade.
Leonardo Araújo
Rogério Gava
http://proatividademercado.com.br/