Não entendemos mais o ambiente com as ferramentas clássicas de análise.
Ano de 1985. Mesbla se preocupa com a expansão de outras redes varejistas, ao mesmo tempo, televisores com controle remoto custam mais caro. Ano de 2015. Explosão do uso de smartphones e aplicativos mobile. O número de devices e aparelhos é maior do que a população. Me dou conta dos aparelhos palm top. Onde estão? Pesquise: quase não há mais aplicação. Essa empresa foi líder e uma das pioneiras em mobile.
Ainda em 2015, a Amazon, gigante do varejo digital, lança o serviço de música por assinatura, o Amazon Prime Music, que para início já sai com mais de um milhão de músicas gratuitas para quem já usa o Amazon Prime. Sim, gratuitas. Alô Apple, alguém está entrando no mercado que você construiu há pouco tempo e onde você pilotou com larga folga no ano que passou. Um potencial de US$ 1 bilhão executados em comercialização de música.
No mesmo momento, a Telefônica investiu consideravelmente na Rhapsody, norte-americana que tem a mesma proposta de entrega deste conteúdo. O efeito não é muito diferente do que quando, após a Apple entrar com iTunes e iPod, devastou a indústria fonográfica, deixando os players já estabelecidos em situações de reformulação completa!
Operadoras de telecomunicações já possuem serviços de pagamento de contas com aparelho telefônico e a conta vem em sua fatura telefônica. Mastercard e Visa, devem estar olhando com algum cuidado para companhias de telecom. Em paralelo, Trip e Azul realizam fusão, criam a Flyways Linhas Aéreas e já operam destinos internacionais.
Não sei se a Cielo iria monitorar a Oi enquanto concorrente. Não sei se a Barsa chegou a monitorar a Microsoft antes do lançamento da Encarta. A Sony Records não sei se chegou a monitorar a Apple antes do iTunes. Não sei se percebem que os limites da competição mudaram, e o competidor atualmente é quem compete pelo dinheiro e atenção do seu cliente.
A inteligência competitiva como radar de monitoramento a serviço dos gestores
A inteligência competitiva deve ser percebida como um esforço de captura, análise e interpretação de informações relevantes, gerando suporte às decisões estratégicas das organizações. Ela tem sua missão alcançada quando consegue gerar vantagens competitivas sustentáveis para as organizações e não somente pequenos sobressaltos perante a concorrência.
As preocupações não estão somente sobre a concorrência. Elas pairam sobre todo o ambiente de negócios, fazendo com que a organização possua um radar em constante monitoramento do ambiente. Monitora-se os competidores, monitora-se patentes, fórmulas, lançamentos de produtos, promoções, preços. Monitora-se movimentação de executivos, processo logístico e até mesmo a evolução do portfólio de competidores. Todas estas informações, dados, conhecimentos só serão úteis se forem transformados em estratégia, em inovação, em diferenciação no mercado onde esteja a empresa inserida. Para isso serve a inteligência. Transformar informação, conhecimento, dados, análises em ações estratégicas.
Reflita e boa caminhada para o sucesso!
EDUARDO LAPA
CEO da Plugar
www.plugar.com.br