“Metade das carreiras atuais irá desaparecer” é um futuro ao mesmo tempo assustador e desafiador?
E milhares se apresentarão, ligadas à internet das coisas, big data, robotização; as combinações entre as inteligências humana e digital. Acredito na união das conexões sadias, onde podemos reunir forças, usar menos do “eu” e mais do “nós”. Podemos encarar qualquer futuro sem medo, contanto que saibamos que não o enfrentaremos sozinhos. Precisamos das interações cara a cara, de diálogos francos. Quando temos muito do “eu” e pouco do “nós”, nos tornamos vulneráveis e sós.
É a boa e terrível história, dificuldade rimando com oportunidade?
As grandes dificuldades nos fazem crescer, aprendemos com os erros e ganhamos muito mais energia quando realmente se tem o desejo e a necessidade.
Concorda que os grandes problemas humanos são a burrice, como diria Nelson Rodrigues, e sua irmã gêmea, a falta de comunicação?
Burrice é você não mudar e continuar insistindo em algo que não consegue perceber resultado. A falta de comunicação é outro grande problema. Comunicação não é o que você fala, é o que o outro entende. Fale da forma que o receptor vá entender e que fará sentido para ele e sempre ouça com reflexão.
Afinal, este mundo novo é admirável ou um bicho-papão?
O mundo sempre será admirável para quem se reconhece como aquele que ele gosta de ser, mas, verdade, com muito mais bichos-papões e sugadores de energia do que Aldous Huxley poderia antecipar. Treine o seu cérebro para focar o positivo. E mais, como escreveu Anne Frank, em seu diário: “Quem for feliz quererá tornar os outros felizes também”.
Quais serão os empregos do futuro?
Resolução de problemas complexos, pensamento crítico, criatividade, liderança e gestão de pessoas, julgamento e tomada de decisões, orientação a serviços, negociação e flexibilidade cognitiva.
Este palavrão, “accountability”, é túnel ou luz?
É uma atitude individual e positiva, principalmente diante das situações mais difíceis.
Para terminar, só existe o presente? Preocupar-se com o futuro é tão inútil quanto viver no passado?
A pergunta é fantástica, pois celebramos o Centenário do Eclipse de Sobral, que confirmou a Teoria da Relatividade, de Einstein. Passado, presente e futuro são indissociáveis, e os seus ritmos determinam o nosso ser. O passado define o brilho da luz presente que ilumina o futuro.
Eliane Ramos Vasconcellos – Presidente da ABRH-MG