Este cenário marcado pela rápida obsolescência das coisas, por mudanças dramáticas em todos os âmbitos e pela incerteza crescente torna oportuna a citação de dois autores brilhantes: Marshall Berman (“Tudo que é sólido desmancha no ar”) e Zygmunt Bauman (“Tempos Líquidos”), cujas obras nos servem para explicar nossos desafios contemporâneos.
Para Berman, nada dura para sempre, pode se dissolver no tempo, em perpétua desintegração e renovação. Estamos sentindo isso na pele e com uma velocidade incrível! Veja o nosso tempo que, a cada dia, parece passar mais rápido. Frequentemente, temos a sensação de que os dias e meses voaram e pouco ou quase nada do que programamos foi realizado.
Para Bauman, em tempos líquidos, como os atuais, permeia a insegurança. E é a insegurança do presente e a incerteza do futuro que produzem e alimentam o medo mais apavorante e menos tolerável. Essa insegurança e essa incerteza, por sua vez, nascem de um sentimento de impotência. E é assim que tenho percebido vários executivos C-level. Impotentes em relação a que tecnologias adotar e quando, impotentes em relação à geração digital e impotentes quanto à percepção do real valor do seu modelo de negócio.
Como estudioso das transformações tecnológicas e como autor de um projeto de inovação inclusiva e colaborativa para ajudar as organizações a adentrar nesse novo mundo, concordo plenamente com ambos: Berman e Bauman. E, diante da afirmativa de Diamandis de que “o que vem por aí é muito mais do que já vimos em termos de volume e de impacto de inovações nos últimos anos. Irá muito além que podemos imaginar”, não há como contrapor o fato de que esse mundo que você conhece, junto com sua zona de conforto, vai desaparecer. Quem viver verá.
Mauro Carrusca
CEO da CARRUSCA INNOVATION
Diretor da SUCESU Minas
Consultor da Fundação Getúlio Vargas